presa nestas ruas onde não prevejo fim sigo a minha viagem.. espreito de longe as janelas que não alcanço, observo as portas que surgem fechadas.
passo a passo sigo viagem, acompanhada de um leve e incansável cansaço.. antes parceiros, a coragem e o entusiasmo seguem-me de longe.. a passos curtos..
ao longe vislumbro um muro e uma avenida..
o muro esconde um caminho velho, virgem..
a avenida demonstra uma recta que se desvanece no horizonte.. deserta.. familiar..
se o meu eu por um lado quer pular o muro.. por outro quase cede à prudência e olha para a avenida.. que há muito parece não ter fim..
deverei eu pular o muro sem saber o que me espera e seguir por esse caminho desconhecido onde mais janelas e portas surgirão abertas.. ou não.., ou deverei seguir pela avenida que me vem atropelando com o seu vazio e esperar que ela chegue ao seu fim.. um dia..?
ao longe vislumbro um muro e uma avenida..
não tão longe quanto isso..
*