por entre linhas curvas escrevo sílabas dispersas que a caneta tenta juntar em vão.. são sílabas tuas, minhas, nossas.. que passeiam desordenadas..
folheio sem fim as páginas de capítulos ainda por escrever, sob a sombra de rascunhos imaginários..

no sussuro do vento ouço a música que me embala nesta incerteza e me leva ao mais belo horizonte..

folheio mais umas páginas.. rascunhos por passar a limpo para sempre esquecidos.. palavras com erros por corrigir num próximo livro.. espaços deixados em branco na esperança de serem escritas palavras utópicas outrora desejadas..

são assim as páginas da vida..

o extremo desejo inócuo de preenchê-las com a história dita perfeita, onde capítulo atrás de capítulo cresce o desejo de ser eterna, resulta num emaranhar de frases soberbamente confusas..

neste capítulo dou descanso à caneta.. fico-me pela melodia da paisagem, pelas cores do verão, pelas pequenas essências ainda por sentir..

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